De Rua do Tanque até a Rua Ipê

Um resumo de todo o processo de regularização do terreno em que está localizado o clube.

O Ipê Clube foi fundado oficialmente em 1946, aqui na antiga Rua do Tanque, local onde foi realizada a primeira reunião dos 10 fundadores e escolhido o nome de Ipê Clube, pelas árvores que tinham na região. Essa rua também já foi a Rua Estado de Israel e em 1996 passou a chamar Rua Ipê. Nesses quase 80 anos de existência, o Ipê se desenvolveu muito em sua infraestrutura, edificações, quadras, campo de futebol, atividades esportivas, eventos sociais e culturais, e hoje é reconhecido como um dos clubes tradicionais da cidade de São Paulo. No início, essa nova agremiação tinha seus fundadores e familiares, mas esse número cresceu, e muito... Atualmente o clube tem mais de 5.700 associados ativos que frequentam regularmente para praticar seu esporte favorito, trazer seus filhos para as inúmeras modalidades que oferecemos, encontrar os amigos nos eventos sociais e muito mais.

O terreno no qual o clube está localizado foi cedido pela prefeitura de São Paulo, uma vez que naquela época o poder público apoiava a constituição de agremiações que tivessem esse propósito de estimular a prática esportiva e ainda oferecer um espaço de socialização e lazer para as famílias paulistanas. Em contrapartida à essa concessão do município, além de investir na infraestrutura para a construção do clube propriamente dito, foi firmado um compromisso para que a instituição oferecesse um benefício social aos munícipes e comunidades localizadas nas cercanias do clube. Seja pela oferta de bolsas na escolinha infantil, cessão dos seus espaços esportivos para realização de eventos da prefeitura, ações sociais organizadas para a comunidade, acolhimento do centro de bandeirantes/ escoteiros e inúmeras outras iniciativas que foram implementadas como parte do retorno pela cessão do terreno em que o clube está localizado.

Todo esse processo sempre foi documentado com os devidos trâmites oficiais, estabelecendo as condições de uso do terreno e prazos para renovações de sua permanência no espaço. Em 1980, mais precisamente, a concessão foi renovada por mais 40 anos e anexada uma fração do terreno que originalmente não fazia parte do projeto. E assim o Ipê continuou expandindo suas instalações para atender um número crescente de pessoas que encontravam um ambiente acolhedor e aprazível.

Em 2004, a equipe de diretores que estava à frente do Ipê, iniciou as tratativas para a renovação da concessão, que venceria em 2020, ou seja, 16 anos antes de expirar o prazo estabelecido anteriormente. Mesmo com toda essa antecedência, o processo não foi simples e demandou um trabalho bastante intenso para lidar com todos os trâmites legais para a manutenção regular de nossa permanência. Foi trabalhado em todas as instâncias para conseguir estender esse prazo por pelo menos por mais 20 anos, prorrogáveis por outros 20 anos, como ocorreu em 1980. Apenas para ilustrar esse trabalho, o Ipê Clube formulou dois pedidos junto aos órgãos competentes da prefeitura, na tentativa de resguardar seu direito de aquisição destes terrenos, caso isso se fizesse necessário, e pedido complementar à prorrogação da concessão já existente por mais 40 anos, a contar do vencimento em 30 de dezembro de 2020. Foram muitas idas e vindas processuais, contrapropostas, indeferimentos, mudanças de legislação e várias outras ocorrências que inviabilizaram a concretização deste ato. Mas essa saga chegou a seu fim e nosso intuito inicial foi alcançado, o que é motivo de muita alegria para todos os ipeanos que, direta ou indiretamente, ajudaram nesse processo ou estavam ao nosso lado para um desfecho que garantisse a permanência e continuidade de nossas atividades. A escritura definitiva dessa nova concessão foi lavrada no dia 15 de agosto de 2024, garantindo nossa permanência por no mínimo mais 40 anos aqui na Rua Ipê.

*Agradecimento a todos que direta ou indiretamente nos ajudaram nessa empreitada. Presidentes: Antonio Arruda, Silvio Pomin, Ivo Amadeu, Valdir Moreira, Amando Varella, Fenelon Borges (in memoriam), Carlos Alberto Correa e Alberto Besser. Demais colaboradores: Claudio Langroiva Pereira, Gerson Vianna, Indi Lopes de Melo Santos, José Milton Dallari, Roberto Chikusa e Wilson Tadeu de Carvalho. 

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